No panorama em rápida evolução dos dispositivos médicos, é fundamental garantir a segurança dos doentes e a eficácia dos dispositivos. Para tal, é necessário um rigoroso controlo e vigilância pós-comercialização (PMS). Uma estrutura que destaca esses requisitos é o Programa de Auditoria Única de Dispositivos Médicos (MDSAP). Vamos aprofundar os aspectos essenciais da vigilância e do controlo pós-comercialização no contexto do MDSAP e compreender o seu papel fundamental no ciclo de vida dos dispositivos médicos.

O que é a Vigilância Pós-Mercado (PMS)?

A PMS envolve a recolha e análise proactivas de dados sobre o desempenho de um dispositivo médico depois de este ter sido lançado no mercado. O principal objetivo é detetar quaisquer problemas potenciais que possam não ter sido evidentes durante os testes pré-comercialização. Este processo contínuo ajuda os fabricantes a garantir que os seus produtos continuam a cumprir as normas de segurança e desempenho.

Quais são os principais elementos da vigilância pós-comercialização?

  1. Recolha de dados: Recolha de informações de várias fontes, incluindo feedback dos utilizadores, estudos clínicos e relatórios de incidentes.
  2. Análise de dados: Avaliar os dados recolhidos para identificar tendências, anomalias ou riscos emergentes.
  3. Gestão de riscos: Atualização dos ficheiros de gestão de riscos e tomada de medidas corretivas quando necessário.
  4. Relatórios: Comunicar os resultados às partes interessadas relevantes, incluindo organismos reguladores e prestadores de cuidados de saúde.

Qual é o papel da vigilância na segurança de dispositivos médicos?

A vigilância refere-se ao rastreio e comunicação sistemáticos de eventos adversos e incidentes relacionados com dispositivos médicos. Envolve a deteção, avaliação e prevenção destas ocorrências para mitigar quaisquer riscos para os doentes e utilizadores. As respostas de vigilância reagem a sinais de segurança e a outras informações comunicadas.

Quais são os principais elementos da vigilância?

  1. Notificação de incidentes: Documentar eventos adversos e quase-acidentes que envolvam o dispositivo.
  2. Avaliação: Investigar os incidentes comunicados para determinar a causa principal e o potencial impacto.
  3. Acções corretivas: Implementação de medidas para evitar a recorrência e melhorar a segurança do dispositivo.
  4. Conformidade regulamentar: Assegurar que todos os incidentes são comunicados em conformidade com os requisitos regulamentares.

MDSAP: Uma visão geral

O Programa de Auditoria Única para Dispositivos Médicos (MDSAP) é uma iniciativa global concebida para simplificar o processo regulamentar dos fabricantes de dispositivos médicos. Ao permitir que uma única auditoria satisfaça os requisitos de várias autoridades regulamentares, o MDSAP tem como objetivo reduzir os encargos dos fabricantes e melhorar a supervisão regulamentar.

Autoridades reguladoras participantes

O MDSAP inclui atualmente as seguintes autoridades participantes:

  • Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA)
  • Ministério da Saúde do Canadá
  • Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Brasil
  • Ministério da Saúde, do Trabalho e do Bem-Estar (MHLW) e Agência de Dispositivos Médicos e Farmacêuticos (PMDA) do Japão
  • Therapeutic Goods Administration (TGA) da Austrália

Requisitos de vigilância e vigilância pós-comercialização no âmbito do MDSAP

No âmbito do MDSAP, a vigilância e o controlo pós-comercialização são componentes essenciais. Os fabricantes devem estabelecer e manter sistemas robustos para cumprir os seguintes requisitos:

1. Procedimentos documentados

Os fabricantes devem ter procedimentos documentados para as actividades de PMS e de vigilância. Estes devem descrever a forma como os eventos são identificados, os dados são recolhidos, analisados e comunicados. O esquema MDSAP estipula que o processo deve integrar a revisão de cada reclamação para determinar se é necessário um relatório a uma autoridade reguladora.

2. Comunicação e análise de incidentes

Os fabricantes são obrigados a notificar eventos adversos e incidentes às autoridades relevantes dentro de prazos especificados. Além disso, devem analisar esses eventos para identificar quaisquer tendências ou riscos potenciais.

3. Acções Corretivas e Preventivas (CAPA)

Em resposta a questões identificadas, os fabricantes devem implementar acções corretivas e preventivas (CAPA) para resolver a causa principal do problema e evitar a sua recorrência. Isto inclui a atualização dos ficheiros de gestão de riscos e da documentação do produto.

4. Revisões regulares

É essencial efetuar revisões regulares dos dados do SGP e da vigilância. Estas análises ajudam a garantir a segurança e a eficácia contínuas do dispositivo e permitem actualizações atempadas dos sistemas de gestão do risco e da qualidade.

5. Conformidade com os regulamentos nacionais

Os fabricantes devem garantir que as suas actividades de SGP e de vigilância cumprem os regulamentos de todos os países onde o dispositivo é comercializado. Isto pode implicar requisitos de comunicação adicionais ou prazos específicos para cada autoridade reguladora.

Benefícios da conformidade com o MDSAP

A conformidade com os requisitos do MDSAP oferece vários benefícios aos fabricantes, incluindo:

  • Auditorias simplificadas: Uma única auditoria satisfaz vários requisitos regulamentares, reduzindo a carga sobre os fabricantes.
  • Melhoria do acesso ao mercado: A conformidade com o MDSAP pode facilitar o acesso a vários mercados internacionais.
  • Segurança e desempenho aprimorados: Sistemas robustos de PMS e de vigilância ajudam a garantir que os dispositivos permanecem seguros e eficazes durante todo o seu ciclo de vida.
  • Confiança regulamentar: Demonstrar a conformidade com os requisitos do MDSAP pode aumentar a confiança regulamentar e a confiança nos sistemas de qualidade do fabricante.

Conclusão

A vigilância e o controlo pós-comercialização são componentes essenciais do ciclo de vida dos dispositivos médicos, garantindo a segurança e a eficácia contínuas dos dispositivos no mundo real. O quadro do MDSAP reforça a importância destas actividades, exigindo que os fabricantes estabeleçam e mantenham sistemas sólidos de monitorização e comunicação. Ao aderir a estes requisitos, os fabricantes podem não só garantir a conformidade regulamentar, mas também contribuir para a segurança geral e o bem-estar dos doentes a nível mundial.

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