Quais são as alterações mais importantes?
A versão 7 do BRCGS Packaging inclui um grande número de ajustes em vários capítulos. As alterações mais importantes afectam as seguintes áreas:
1. Promoção da segurança do produto e da cultura da qualidade
Porque é que isto é importante?
A nova versão dá especial ênfase ao estabelecimento de uma forte cultura de segurança e qualidade nas empresas. O objetivo é que todos os trabalhadores - independentemente da sua posição - contribuam ativamente para a segurança e a qualidade dos produtos.
O que é que mudou?
- Cultura de qualidade a todos os níveis:
As empresas devem desenvolver medidas documentadas para promover uma cultura de qualidade positiva. Estas medidas devem ser revistas regularmente e adaptadas, se necessário (secção 1.1.1). - Compromisso da gestão:
A gestão de topo deve estar mais envolvida e garantir que os riscos são sistematicamente avaliados, que os recursos são afectados e que a inovação é incentivada. Isto inclui também análises regulares da gestão que não só verifiquem a eficácia do sistema, mas também iniciem melhorias específicas (secção 1.2.2). - Requisitos de comunicação mais claros:
As empresas devem garantir que todos os funcionários compreendem os requisitos de qualidade e segurança dos produtos. São obrigatórias medidas de comunicação, tais como actualizações regulares ou formação (capítulo 1.1.2).
2. Maior ênfase numa abordagem baseada no risco
Porque é que isto é importante?
Uma abordagem baseada no risco ajuda as empresas a identificar, avaliar e controlar sistematicamente os potenciais perigos. Os requisitos foram especificados no BRCGS Packaging 7 para alinhar melhor a indústria de embalagens com as normas internacionais, tais como o Codex Alimentarius e os princípios HACCP.
O que é que mudou?
- Avaliação de perigos e riscos (HARA):
As empresas devem rever a sua HARA, tendo em conta não só os perigos físicos, químicos e microbiológicos, mas também os riscos de qualidade que possam afetar a funcionalidade ou as propriedades da embalagem (Capítulo 2.1). - Integração dos riscos da cadeia de abastecimento:
Os riscos que ocorrem ao longo da cadeia de abastecimento - desde as matérias-primas até à distribuição - devem ser sistematicamente avaliados e documentados. Isto também inclui a garantia de que os fornecedores implementaram medidas de controlo adequadas (secção 2.4). - Revisão regular:
O HARA deve ser atualizado pelo menos uma vez por ano ou em caso de alterações significativas (capítulo 2.1.1).
3. Alterações para auditorias sem aviso prévio
Porque é que isto é importante?
As auditorias sem aviso prévio aumentam a confiança na segurança dos produtos e garantem que as empresas estão sempre prontas para as auditorias.
O que é que mudou?
- Auditoria não anunciada obrigatória de três em três anos:
As empresas têm de efetuar pelo menos uma auditoria não anunciada num período de três anos, mesmo que tenham optado pelo programa com auditorias anunciadas. Esta auditoria é anunciada pelo organismo de certificação, mas a data exacta permanece desconhecida (capítulo 1.1.9). - Planeamento e comunicação:
O organismo de certificação determina, em conjunto com a empresa, em que ano terá lugar a auditoria não anunciada. As empresas devem assegurar que todos os recursos e processos relevantes estão prontos para a auditoria.
Dica: Para passar com sucesso as auditorias não anunciadas, as empresas devem assegurar que todos os funcionários relevantes estão informados sobre os requisitos da norma e que os processos estão sempre prontos para a auditoria. Isto pode ser conseguido através de formação regular, auditorias internas e assegurando a disponibilidade de documentos relevantes, tais como o HARA, PRPs e documentos de rastreabilidade. Também é aconselhável atribuir claramente responsabilidades para que as pessoas de contacto competentes estejam sempre disponíveis no caso de uma auditoria não anunciada.
4. Extensão do âmbito de aplicação
Porque é que isto é importante?
A indústria de embalagens está em constante evolução. A nova versão adapta a norma aos métodos de produção modernos, aos novos materiais e aos requisitos de sustentabilidade.
O que é que mudou?
- Produtos descartáveis:
Produtos como copos de papel, guardanapos e outros artigos descartáveis são agora abrangidos pela certificação, desde que sejam submetidos ao mesmo processo de fabrico que os materiais de embalagem (capítulo 4.9). - Sustentabilidade e novos materiais:
A norma passa a considerar também os riscos associados ao processamento de materiais sustentáveis ou reciclados. As empresas devem garantir que estes materiais são seguros e adequados ao fim a que se destinam (secção 2.5.1).
5. Requisitos mais precisos para documentação e rastreabilidade
Porque é que isto é importante?
Uma documentação clara e compreensível e uma rastreabilidade sólida são essenciais para garantir a segurança e a qualidade dos produtos.
O que é que mudou?
- Requisitos de documentação:
Todas as obrigações, processos e avaliações de gestão devem ser claramente documentados e facilmente verificáveis. Isto inclui também a formação, as avaliações de gestão e a análise de perigos (Capítulo 1.1.3, 2.11). - Rastreabilidade:
As empresas devem assegurar que a rastreabilidade desde a matéria-prima até ao produto acabado e vice-versa é garantida num prazo de quatro horas. Isto também se aplica aos processos subcontratados (capítulo 3.10).
6. Introdução de "Programas de Pré-Requisitos" (PRPs)
Porque é que isto é importante?
Os PRP constituem a base para medidas de higiene e condições de funcionamento que controlam os perigos e garantem a segurança dos produtos.
O que mudou?
- Definição e requisitos:
Na nova versão, os PRPs são explicitamente nomeados e descritos. Abrangem, entre outros, os seguintes domínios- Aprovação e aquisição de fornecedores (capítulo 3.6)
- Manutenção de dispositivos e edifícios (capítulo 4.7)
- Limpeza e manutenção (capítulo 4.8)
- Controlo de pragas (capítulo 4.11)
- Desenvolvimento de produtos (capítulo 5.1)
- Revisão regular:
Os PRP devem ser revistos regularmente e ajustados, se necessário, para ter em conta novos riscos ou alterações nos processos de produção (capítulo 2.2).
Datas importantes e períodos de transição
A nova versão 7 do BRCGS Packaging Standard foi publicada em 28 de outubro de 2024. A certificação para os requisitos da versão 7 começará a partir de 28 de abril de 2025. Todos os certificados emitidos para auditorias anteriores a 28 de abril de 2025 continuarão a referir-se à versão 6 e permanecerão válidos durante o período indicado no certificado. As empresas devem utilizar o período de transição para adaptar os seus processos, sistemas e documentação aos novos requisitos da versão 7 para garantir uma transição suave. A partir de 28 de abril de 2025, os certificados só podem ser emitidos com base na versão 7.
Medidas recomendadas para as empresas
Para cumprir os novos requisitos, as empresas devem adotar as seguintes medidas:
- Atualizara sua análise de perigos (HARA):
Rever a sua HARA para incluir novos riscos, tais como alergénios, riscos da cadeia de abastecimento e migração de substâncias. - Reforçar a cultura de qualidade e segurança dos produtos:
Desenvolver medidas documentadas para promover uma cultura positiva a todos os níveis da organização. - Implementar e rever regularmente os PRP:
Assegurar que todos os PRP cumprem os novos requisitos e que a sua eficácia é monitorizada. - Alergénios: Verifique as possíveis causas nas matérias-primas ou no seu próprio processo de fabrico. Evite a contaminação indesejada dos seus produtos com uma estratégia clara e formação dos funcionários.
- Adaptar o planeamento da auditoria: Considere os novos requisitos para auditorias sem aviso prévio e certifique-se de que os seus recursos estão preparados para a auditoria.
Conclusão
A revisão da norma de embalagem BRCGS apresenta novos desafios às empresas, mas também lhes oferece a oportunidade de otimizar os seus processos e adaptá-los às normas internacionais. A forte ênfase nos riscos, na sustentabilidade e na cultura de qualidade reflecte os requisitos da moderna indústria de embalagens.
Ao implementar as mudanças numa fase inicial, as empresas podem não só cumprir os requisitos de certificação, mas também aumentar a sua competitividade.
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