Em que pese o caos promovido pelo coronavírus no mundo, 2021 trouxe notícias promissoras para o meio ambiente. A maioria dos governos, em todo o planeta, segue focado na redução da poluição. Cada vez mais órgãos reguladores exigem que as empresas divulguem os riscos relacionados ao clima. O setor de energia renovável para eletricidade, por exemplo, dobrou na última década e mais do que quadruplicou nos últimos 15 anos.

As normas de sustentabilidade, como ISO 14001, ISO 50001 e ISO 55001, têm, sem nenhuma dúvida, grande importância nesse cenário. Mais do que isso: elas já se consolidaram como necessárias para a saúde do nosso planeta.

Mas, ainda que haja resultados animadores, há um longo caminho a ser percorrido, principalmente para cumprir as metas do Acordo de Paris e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. E, consequentemente, muitos investimentos são necessários.

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, é preciso dedicar cerca de US$ 5,7 trilhões anualmente à infraestrutura verde. Já a Agência Internacional de Energia determinou que precisamos de, pelo menos, US$ 53 trilhões nos próximos 15 anos para combater as mudanças climáticas. E é necessário mais para outras áreas de sustentabilidade, como a emergente economia circular.

O importante papel das normas

Diante desses desafios, as normas ganham cada vez mais importância. Isso porque elas podem ajudar a estruturar o mercado financeiro emergente de forma sustentável e criar a confiança de que os investidores precisam. 

“As Normas Internacionais proporcionarão harmonização, credibilidade, transparência e confiança”, afirma John Shideler, da Futurepast Inc., que lidera um grupo de especialistas em ISO/TC 207 - Gestão Ambiental. Trata-se do comitê técnico da ISO encarregado de desenvolver uma série de normas para títulos verdes e empréstimos. 

“Precisamos de padrões para evitar o greenwashing”, explica Hayden Morgan, do Green Investment Group internacional, que lidera outro grupo de especialistas em ISO/TC 322 - Finanças sustentáveis. “O trabalho realizado neste grupo visa apoiar organizações em todo o mundo a integrar os princípios de sustentabilidade em suas atividades. Sem isso, temos greenwashing, como o exagero de credenciais ambientais.”

Muitos investidores estão começando a perceber que, se a biodiversidade sofre, seus retornos também sofrem. É do interesse deles, portanto, medir e resolver o problema. “O desejo é virar a mesa para criar uma relação mais saudável entre nossas economias e nossos ecossistemas, uma relação que incentive a preservação da biodiversidade e, ao mesmo tempo, crie oportunidades para o desenvolvimento sustentável”, explica Caroline Lhuillery, Gerente do Comitê da ISO/TC 331.

Uma economia neutra em carbono também está entre os desafios. Além de todos os benefícios para o planeta e a população, ela também afetará a forma como trabalhamos. Um relatório da Comissão Europeia afirma que uma sociedade descarbonizada criará mais de um milhão de empregos até 2030. 

A Declaração de Londres representa o compromisso histórico da ISO de combater as mudanças climáticas por meio de padrões. Esse papel crucial foi destacado pelos líderes do G20, bem como na COP26.

As mudanças e melhorias estão em andamento, mas o progresso em direção a um planeta sustentável leva tempo. E nesta jornada, as normas certamente desempenharão (como já vêm fazendo) um papel fundamental na geração das formas de vida mais verdes às quais o mundo aspira

Autor
Alexandre Oliveira

Gerente de Marketing, Vendas e tecnologia na DQS do Brasil, formado em Ciência da Computação e especialista em tecnologia da informação. Atua na DQS do Brasil desde 2013 nas áreas de vendas, marketing, tecnologia, além de ser auditor ISO 9001, ISO/IEC 27001, ISO/IEC 20000-1, ISO 50001, Probare e Auditoria de Fornecedores

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